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O TERRORISMO SOB PRERROGATIVA RELIGIOSA


O TERRORISMO SOB PRERROGATIVA RELIGIOSA: A MÍDIA
OCIDENTAL CONSTRÓI ESTEREÓTIPOS


SILVA, Lívia do Nascimento 1




RESUMO

Este artigo busca fazer uma análise da ligação entre o terrorismo e o ativismo religioso, embasado a partir de uma ação de bastante destaque, o ataque ao 11 de setembro, em que foi lido como fruto de tal. Esse acontecimento marcou a estereotipação da comunidade islâmica, que vem sofrendo com as consequências da discriminação étnica e religiosa. Dessa forma, o estudo será voltado para argumentar a partir de aparato teórico e atentados noticiados na mídia, por que essa interpretação foi tão benéfica ao mesmo passo que prejudicial para outras. Essa correlação do estudo proposto, que é baseado a partir da análise midiática de um fato (os atentados) e as várias vertentes que podem cooperar na construção do sentido, irá apreciar como esses acontecimentos são noticiados e por que se fala tanto sobre as guerras internacionais advindas de países orientais.

Palavras-chave: Terrorismo; Mídia; Atentado; Estado Islâmico; Xenofobia; Religião.



INTRODUÇÃO

O terrorismo é amplamente abordado na contemporaneidade por ser um      acontecimento recorrente em diversos países, tanto ocidentais como orientais.     Eles costumam ser reivindicados por grupos extremistas que fazem parte ou não do país onde os atentados ocorreram, tendo como alvo um “inimigo ameaçador”, ou simplesmente a resposta a uma represália que atinge civis.
Assim como a globalização de mercado, bens e serviços, a circulação de pessoas na contemporaneidade também é grande, especialmente aquelas que  buscam melhores condições de vida em terras estrangeiras a sua. No contexto da atual crise econômica e conflitos políticos, essa circulação de pessoas provoca      xenofobia. A população dos países que recebe imigrantes e refugiados precisa conviver com costumes, crenças e ideologias morais distintas das suas.
Quando ações mais ostensivas de ataques terroristas acontecem, aumenta-se os dispositivos da segurança. Teoricamente, esse tipo de motivação levou os      Estados Unidos, que já possuí um poder bélico alto, disseminarem o discurso de maior necessidade de proteção a seus cidadãos, mesmo que isso interferisse na vida de civis estrangeiros que não possuíam relação alguma com as tragédias.
 Desse modo, atualmente existe uma ampla liberdade de enfrentamento do terrorismo e de suas ações extremistas. Paralelo a isso, existe um amplo enfrentamento do terrorismo sob julgo de alcançar a paz.
A construção da imagem de que o terrorismo age em nome da religião tem estereotipado ainda mais o islamismo como precursor de violência. As várias manchetes que noticiam atentados marcam essas ações como de cunho religioso.     O argumento de que todo ataque terrorista tem como motivação causas religiosas teve como efeito a construção de um estigma em torno da população islâmica, facilitando atitudes xenofóbicas.      
Dentro do território Ocidental essa imagem vem sendo fortalecida, criando dilemas xenofóbicos entre países como a França, que possuem um histórico de relação bastante conflituoso trazido pelo colonialismo. A Argélia foi fruto da brutalidade que ainda hoje traz consequências migratórias entre esses dois países, onde muitos saíram em busca de condições melhores de vida como solução para deixar a guerra e os rastros de fome e miséria que foram deixados no país. Hoje ainda se encontra um entrave bastante frequente na ressignificação dessa população que possui direitos iguais dentro do país, mas que por fatores étnicos são sempre enxergadas como estrangeiros dentro de sua própria terra por direito.
Atrelado a isso, o histórico de atentados na França é alavancador com o passar dos anos, visto tamanho embate entre diferentes nações que habitam o mesmo território. Dessa forma, este artigo busca esclarecer a que custo o terrorismo ganhou prerrogativa de ativismo religioso generalizado, padronizando os civis que apenas por seguirem sua fé são sempre encarados com olhar subjugador. Pretende-se também fazer alguns questionamentos da relação midiática com esses acontecimentos:
Como a mídia atuou e atua na construção da imagem do terrorismo?
Por que há uma grande atenção voltada para noticiar os atentados que ocorrem no Ocidente supostamente impetrados pela população de alguns países do Oriente, mas não se fala tão tragicamente sobre a guerra civil no Brasil que mata igualmente?
Por que pouco se fala sobre os maiores atentados que acontecem na África?
    
O estudo aqui presente surgiu a partir de uma matéria feita por Marieta Cazarré, correspondente da Agência Brasil, que falava sobre os principais atentados terroristas na França e a motivação dos grupos extremistas que o assumiam. A partir disso, surgiram questionamentos e possíveis conclusões que viessem a dar respostas sobre essas ações que resultam em um comportamento extremamente defensivo dos países em que ocorrem. Em seus principais pontos, a jornalista fala sobre a participação e o enfrentamento de algumas potências baseadas na ação defensiva que se pauta no combate ao EI (Estado Islâmico), caracterizando-os em um único plano, segundo a deliberação da paz (pacificação).
Dessa forma, retirando seus reais objetivos de tomarem o poder daquele espaço por interesses afins. Cabe também a tal descrever qual a participação da mídia na abordagem nos casos especificados e se a narrativa coincide em culpabilidade à religião, como pressuposto.
À vista disso, foram levantadas, à priori, as seguintes hipóteses:
Atividades criminosas que se mascaram através da religião e que detêm um cunho majoritariamente político, apesar de se mostrarem pautadas pelos dogmas religiosos do islamismo; têm como motivação questões políticas, com objetivo de causar medo, pânico geral e desestabilizar esses locais para ganhar espaço e poder.
Atividades criminosas, apesar de se mostrarem pautadas em dogmas religiosos do islamismo; têm como motivação questões políticas.      
Atividades criminosas, apesar de se mostrarem pautadas em dogmas religiosos do islamismo; têm como motivação questões políticas.      
O ataque ao 11 de Setembro foi o precursor de toda uma ação ostensiva que culminou na maior liberdade e disponibilidade dos territórios no oriente médio e conseguinte ocupação de “pacificação” no Iraque pelos norte-americanos. Essa ação foi tomada a fim de ocupar o território e deter seu poder e controle, baseados na riqueza natural do país, o petróleo.
o que caracteriza o povo apenas pela sua identidade religiosa. Os casos de atentados analisados em questão que ocorreram no Ocidente comungam de um mesmo tipo de discurso para uniformizá-los e distanciar seus principais motivadores.
A mídia construiu o estereótipo do terrorista como sendo alguém de origem islâmica e que atua com base em princípios religiosos.


METODOLOGIA

 A investigação será feita a partir da análise do caso de ataque terrorista no 11​ de setembro, ao World Trade Center, EUA. A mídia escolhida foi a impressa e a análise dos discursos será feita com as matérias do jornal inglês The Financial Times a partir do dia 12 de setembro de 2001, um dia após o atentado, pelas primeiras três semanas.
Pela repercussão, proximidade e relevância dada ao caso, as notícias de capa são as que mais trazem questões voltadas ao contexto do acontecimento. Por esse fator, eu escolhi usá-las para a pesquisa, acrescentando ainda algumas notícias de páginas subsequentes por terem bastante importância no caso, especificamente as do final de semana. Há interesse atual em expandir essa análise a uma comparação com as notícias de capa do também NY Times. Contudo, no momento, focarei apenas nessa, por ter acesso ao material já em mãos.

12/09/2001 - Assault on America. The Financial Times (London, England), Wednesday, September 12, 2001; pg. [1]; Edition 34,629.  (1553 words)
12/09/2001 - New York Buildings Empteed after Lasts. Adrian Michaels and Andrew Edgecliffe-Johnson. The Financial Times (London, England), Wednesday, September 12, 2001; pg. 2; Edition 34,629.  (824 words)
12/09/2001 - President Bush, on a Visit to an Elementary School in Florida, is a Given First News of the Attack by Andy Card, His Cheif of Staff. The Financial Times (London, England), Wednesday, September 12, 2001; pg. 2; Edition 34,629.  (99 words)
12/09/2001 - Icons of Us Capitalism Fall at Hand of Its Foes. Peter Thal Larsen. The Financial Times (London, England), Wednesday, September 12, 2001; pg. 2; Edition 34,629.  (588 words)
12/09/2001 - 'I Saw Them Jump from the 80th Floor'. The Financial Times (London, England), Wednesday, September 12, 2001; pg. 3; Edition 34,629.  (840 words)
12/09/2001 - 'Welcome to Insanity' as Washingto Reels. Richard Wolffe and Deborah McGregor. The Financial Times (London, England), Wednesday, September 12, 2001; pg. 3; Edition 34,629.  (680 words)
12/09/2001 - Shadow of Modern War Enshrouds New York. Gary Silverman and Andrew Edgecliffe-Johnson. The Financial Times (London, England), Wednesday, September 12, 2001; pg. 3; Edition 34,629.  (527 words)
12/09/2001 - 'It's War against the Entire Civilised World'. By Our International Staff. The Financial Times (London, England), Wednesday, September 12, 2001; pg. 4; Edition 34,629.  (802 words)
12/09/2001 - Arabs Warn against Rush to Blame. James Drummond and Ralph Atkins. The Financial Times (London, England), Wednesday, September 12, 2001; pg. 4; Edition 34,629.  (347 words)
12/09/2001 - Report Gave Warning of Direct Attack on Us Soil. Edward Alden. The Financial Times (London, England), Wednesday, September 12, 2001; pg. 5; Edition 34,629.  (477 words)
12/09/2001 - Nato Call to Fight 'Terrorism Scourge'. Andrew Parker and Judy Dempsey. The Financial Times (London, England), Wednesday, September 12, 2001; pg. 5; Edition 34,629.  (410 words)
12/09/2001 - Bin Laden Seen as among Likely Attackers. Peter Spiegel, Richard Wolffe and Harvey Morris. The Financial Times (London, England), Wednesday, September 12, 2001; pg. 5; Edition 34,629.  (911 words)
12/09/2001 - Hint of Bush Uncertainty as He Faces Big Test. Deborah McGregor. The Financial Times (London, England), Wednesday, September 12, 2001; pg. 5; Edition 34,629.  (389 words)
12/09/2001 - City Buildings Empty Amid Fears of London Attacks. Sarah Ross, Juliana Ratner and Susanna Voyle. The Financial Times (London, England), Wednesday, September 12, 2001; pg. 6; Edition 34,629.  (573 words)
13/09/2001 - Nyse Stays Closed for Third Day. Richard Waters, Peter Thal Larsen, Phillip Coggan and Ed Crooks. The Financial Times (London, England), Thursday, September 13, 2001; pg. [1]; Edition 34,630.  (625 words) 
13/09/2001 - Bush Pledges to Exact Revenge for 'Acts of War'. Stephen Fidler. The Financial Times (London, England), Thursday, September 13, 2001; pg. [1]; Edition 34,630.  (550 words)
13/09/2001 - Defiant New York Mayor Says City Will Rise Again. John Authers, Lisa Fingeret and Lauren Foster. The Financial Times (London, England), Thursday, September 13, 2001; pg. [1]; Edition 34,630.  (343 words)
14/09/2001 - Bush Urges New War on Terrorism. Stephen Fidler. The Financial Times (London, England), Friday, September 14, 2001; pg. [1]; Edition 34,631.  (650 words)
14/09/2001 - Most Believe US is in Recession. Robert Clow. The Financial Times (London, England), Friday, September 14, 2001; pg. 2; Edition 34,631.  (266 words)
14/09/2001 - Oil Price Rises on Iraqi Reports. David Buchan, Energy Correspondent. The Financial Times (London, England), Friday, September 14, 2001; pg. 3; Edition 34,631.  (509 words)
15/09/2001 - US Prepares for Military Strikes. The Financial Times (London, England), Saturday, September 15, 2001; pg. [1]; Edition 34,632.  (614 words)
15/09/2001 - Nations Fall Silent in Tribute to Dead. The Financial Times (London, England), Saturday, September 15, 2001; pg. [1]; Edition 34,632.  (449 words)
15/09/2001 - Musharraf Weighs Internal Dissent against Political Need. The Financial Times (London, England), Saturday, September 15, 2001; pg. 2; Edition 34,632.  (597 words)
15/09/2001 - General to Seek Support for US Position. By Farhan Bokhari. The Financial Times (London, England), Saturday, September 15, 2001; pg. 2; Edition 34,632.  (384 words)
15/09/2001 - Bush to Seek Guarantee of Support from Alliance. The Financial Times (London, England), Saturday, September 15, 2001; pg. 2; Edition 34,632.  (316 words)
15/09/2001 - Afghanistan's Web of Hostile Forces. The Financial Times (London, England), Saturday, September 15, 2001; pg. 2; Edition 34,632.  (788 words)
15/09/2001 - US Treasury Seeks to Cut Cash Suppl to Terrorists. The Financial Times (London, England), Saturday, September 15, 2001; pg. 2; Edition 34,632.  (540 words)
17/09/2001 - US Poised for Action to Avert Market Turmoil. The Financial Times (London, England), Monday, September 17, 2001; pg. [1]; Edition 34,633.  (600 words)
17/09/2001 - Bush Plans Crusade against Terrorist 'Evil-doers'. Stephen Fidler. The Financial Times (London, England), Monday, September 17, 2001; pg. [1]; Edition 34,633.  (386 words)
17/09/2001 - Sweeping Powers for Bush Bring Memories of Vietnam. Edward Alden. The Financial Times (London, England), Monday, September 17, 2001; pg. 2; Edition 34,633.  (676 words)
17/09/2001 - Israeli Soldiers Raid Town in West Bank. Ralph Atkins. The Financial Times (London, England), Monday, September 17, 2001; pg. 2; Edition 34,633.  (516 words)
17/09/2001 - Musharraf's US Support Likely to Spark Protest. Edward Luce and Farhan Bokhari. The Financial Times (London, England), Monday, September 17, 2001; pg. 3; Edition 34,633.  (884 words)
18/09/2001 - Bush Wants Bin Laden Taken 'Dead or Alive'. By Our International Staff. The Financial Times (London, England), Tuesday, September 18, 2001; pg. [1]; Edition 34,634.  (458 words)
18/09/2001 - Default Fears Hit US Airline Shares. Andrew Edgecliffe-Johnson and Kevin Kevin. The Financial Times (London, England), Tuesday, September 18, 2001; pg. [1]; Edition 34,634.  (320 words)
19/09/2001 - US Pledges to Move on Airline Aid. Andrew Edgecliffe-ohnson and Deborah Mcgregor. The Financial Times (London, England), Wednesday, September 19, 2001; pg. [1]; Edition 34,635.  (393 words)
19/09/2001 - A Week On, America Pauses to Remember. The Financial Times (London, England), Wednesday, September 19, 2001; pg. [1]; Edition 34,635.  (114 words)
19/09/2001 - Bush Team Seeks More Ways to Spur Economy. Deborah Mcgregor. The Financial Times (London, England), Wednesday, September 19, 2001; pg. 2; Edition 34,635.  (715 words) 
19/09/2001 - Bush Team Seeks More Ways to Spur Economy. Deborah Mcgregor.
The Financial Times (London, England), Wednesday, September 19, 2001; pg. 2; Edition 34,635.  (715 words)
20/09/2001 - Bush to Entice Pakistan with Sanctions Move. By Our International Staff. The Financial Times (London, England), Thursday, September 20, 2001; pg. [1]; Edition 34,636.  (564 words)
20/09/2001 - Europe Rallies Forces to Step up Battle against Global Terrorism. Peter Norman. The Financial Times (London, England), Thursday, September 20, 2001; pg. [1]; Edition 34,636.  (405 words)
20/09/2001 - Köhler Sees Hope for Economic Recovery Amid the Wreckage. Richard Wolffe. The Financial Times (London, England), Thursday, September 20, 2001; pg. 2; Edition 34,636.  (513 words)
20/09/2001 - Economy Showed Signs of Slowing before Disaster. Mary Chung. The Financial Times (London, England), Thursday, September 20, 2001; pg. 2; Edition 34,636.  (458 words)
20/09/2001 - Drop in Exports Exposes Global Weakness. Edward Alden. The Financial Times (London, England), Thursday, September 20, 2001; pg. 2; Edition 34,636.  (416 words)
21/09/2001 - Reinsurers Double Estimates of Losses from US Attacks. The Financial Times (London, England), Friday, September 21, 2001; pg. [1]; Edition 34,637.  (292 words)
21/09/2001 - Airlines Threaten to Halt Services. Financial Times Reporters. The Financial Times (London, England), Friday, September 21, 2001; pg. [1]; Edition 34,637.  (422 words)
21/09/2001 - Markets Hit by War Fears. Andrew Hill and Gerard Baker. The Financial Times (London, England), Friday, September 21, 2001; pg. [1]; Edition 34,637.  (299 words)
21/09/2001 - Bush Gives Ultimatum to Afghanistan Regime. Richard Wolffe, Edwar Luce and Farhan Bokhari. The Financial Times (London, England), Friday, September 21, 2001; pg. [1]; Edition 34,637.  (536 words)
21/09/2001 - Islamic Protests to Test Musharraf. Farhan Bokhari and Edward Luce. The Financial Times (London, England), Friday, September 21, 2001; pg. 2; Edition 34,637.  (486 words)
21/09/2001 - Allies Contemplate Challenges of Mountain Warfare. David White. The Financial Times (London, England), Friday, September 21, 2001; pg. 2; Edition 34,637.  (608 words)
21/09/2001 - Call for Global Force. Andrew Jack. The Financial Times (London, England), Friday, September 21, 2001; pg. 2; Edition 34,637.  (257 words)
21/09/2001 - Puritanical Beliefs That Colour Taliban Spiritual Leader's Views. Farhan Bokhari. The Financial Times (London, England), Friday, September 21, 2001; pg. 2; Edition 34,637.  (675 words)
21/09/2001 - Bush Prepares Americans for Long Struggle. Stephen Fidler. The Financial Times (London, England), Friday, September 21, 2001; pg. 2; Edition 34,637.  (381 words)
21/09/2001 - US Rallies Nato Allies for Global War on Terrorism. Judy Dempsey. The Financial Times (London, England), Friday, September 21, 2001; pg. 3; Edition 34,637.  (605 words)
21/09/2001 - 'No Evidence Yet' Linking Baghdad to Attacks. Carola Hoyos and Roula Khalaf. The Financial Times (London, England), Friday, September 21, 2001; pg. 3; Edition 34,637.  (476 words)
22/09/2001 - US and UK Set for Joint Action. Brian Groom and Stephen Fidler. The Financial Times (London, England), Saturday, September 22, 2001; pg. [1]; Edition 34,638.  (670 words)
22/09/2001 - Equities Finish Dismal Week with Another Tumble. Philip Coggan and Lina Saigel. The Financial Times (London, England), Saturday, September 22, 2001; pg. [1]; Edition 34,638.  (519 words)
22/09/2001 - Down but Not out in New York. The Financial Times (London, England), Saturday, September 22, 2001; pg. 2; Edition 34,638.  (1875 words)
22/09/2001 - France and UK Arrest 11 over Terrorist Links. Victor Mallet and Jimmy Burns. The Financial Times (London, England), Saturday, September 22, 2001; pg. 3; Edition 34,638.  (481 words)
23/09/2001 - SAS troops clash with Taliban unit deep inside Afghanistan. James Clark, Allen-Mills and Stephen Grey. The Sunday Times (London, England), Sunday, September 23, 2001; pg. 1; Issue 9239.  (1420 words)
23/09/2001 - Worldwide moves to take the fight to Bin Laden. The Sunday Times (London, England), Sunday, September 23, 2001; pg. 2; Issue 9239.  (1065 words)
23/09/2001 - Terror insiders may have made millions from stocks. Rory Godson. The Sunday Times (London, England), Sunday, September 23, 2001; pg. 3; Issue 9239.  (606 words)
23/09/2001 - London student has key role in terror network. Nick Fielding. The Sunday Times (London, England), Sunday, September 23, 2001; pg. 4; Issue 9239.  (907 words)
24/09/2001 - US to Focus First Phase of War on Afghanistan. Stephen Fidler. The Financial Times (London, England), Monday, September 24, 2001; pg. 1; Edition 34,639.  (597 words)
24/09/2001 - Build-up of Military Firepower Gathers Pace. By Our International and Defence Staff. The Financial Times (London, England), Monday, September 24, 2001; pg. 1; Edition 34,639.  (332 words)
24/09/2001 - Pakistan Tightens Afghan Border. Edward Luce and Farhan Bokhari. The Financial Times (London, England), Monday, September 24, 2001; pg. 2; Edition 34,639.  (206 words)
25/09/2001 - Bush Targets Terrorist Funds. Richard Wolffe and John Willman. The Financial Times (London, England), Tuesday, September 25, 2001; pg. [1]; Edition 34,640.  (555 words)
25/09/2001 - Taliban Rulers 'Mobilise Hundreds of Thousands'. Edward Luce, Andrew Jack and Stephen Fidler. The Financial Times (London, England), Tuesday, September 25, 2001; pg. [1]; Edition 34,640.  (551 words)
25/09/2001 - Us Shows Confidence in Proving Bin Laden Ties. Peter Spiegel. The Financial Times (London, England), Tuesday, September 25, 2001; pg. 2; Edition 34,640.  (608 words)
25/09/2001 - Pakistan on Course for Further Imf Funds. Alan Beattie and Edward Luce. The Financial Times (London, England), Tuesday, September 25, 2001; pg. 2; Edition 34,640.  (203 words)
25/09/2001 - Congress Opposes Bush Terror Package. Peter Spiegel. The Financial Times (London, England), Tuesday, September 25, 2001; pg. 2; Edition 34,640.  (338 words)
26/09/2001 - Campaign of 'Bombs and Bread'. Brian Groom and Stephen Fidler. The Financial Times (London, England), Wednesday, September 26, 2001; pg. [1]; Edition 34,641.  (568 words)
26/09/2001 - Cia Rejects Criticism on Informants. Edward Alden. The Financial Times (London, England), Wednesday, September 26, 2001; pg. 2; Edition 34,641.  (466 words)
26/09/2001 - Terror Link 'A Misunderstanding'. Hugh Williamson. The Financial Times (London, England), Wednesday, September 26, 2001; pg. 2; Edition 34,641.  (467 words)
26/09/2001 - Suspects 'Had Licences to Move Danger Items'. Peter Spiegel. The Financial Times (London, England), Wednesday, September 26, 2001; pg. 2; Edition 34,641.  (524 words)
26/09/2001 - Us Pilots Want to Be Allowed to Carry Guns. Betty Liu. The Financial Times (London, England), Wednesday, September 26, 2001; pg. 3; Edition 34,641.  (440 words)
27/09/2001 - US Builds Alliances in Europe. Alexander Nicoll, Judy Dempsey and Stephen Fidler. The Financial Times (London, England), Thursday, September 27, 2001; pg. [1]; Edition 34,642.  (560 words)
27/09/2001 - Bush Closer to New Trade Powers. Edward Alden. The Financial Times (London, England), Thursday, September 27, 2001; pg. [1]; Edition 34,642.  (324 words)
 28/09/2001 - US Fiscal Slide 'Predated Attacks'. Gerard Barker. The Financial Times (London, England), Friday, September 28, 2001; pg. [1]; Edition 34,643.  (318 words)
 28/09/2001 - Japan's Excess Liquidity Doubles since Us Attack. Gillian Tett. The Financial Times (London, England), Friday, September 28, 2001; pg. 2; Edition 34,643.  (491 words)
 28/09/2001 - Sudanese Bank Denies Link with Bin Laden. By Our Financial and International Staff. The Financial Times (London, England), Friday, September 28, 2001; pg. 2; Edition 34,643.  (471 words)
 28/09/2001 - Congress Likely to Approve Tougher Laws. Edward Alden. The Financial Times (London, England), Friday, September 28, 2001; pg. 2; Edition 34,643.  (613 words)
29/09/2001 - Troops in 'Hot Pursuit' of Terrorists Says Bush. The Financial Times (London, England), Saturday, September 29, 2001; pg. [1]; Edition 34,644.  (600 words)
29/09/2001 - Earnings Pessimism Spreads Worldwide in Wake of Attacks. The Financial Times (London, England), Saturday, September 29, 2001; pg. [1]; Edition 34,644.  (413 words)
29/09/2001 - Fortitude in a Fearful New World. The Financial Times (London, England), Saturday, September 29, 2001; pg. 2; Edition 34,644.  (3218 words)
29/09/2001 - New York Aims to Win Back Fearful Travellers. The Financial Times (London, England), Saturday, September 29, 2001; pg. 3; Edition 34,644.  (197 words)
29/09/2001 - Taliban and Bin Laden Network 'Are as One'. Edward Luce, Mark Nicholson and Farhan Bokhari. The Financial Times (London, England), Saturday, September 29, 2001; pg. 4; Edition 34,644.  (617 words)
29/09/2001 - Attack on Afghanistan Could Help War on Drugs. By Jimmy Burns, Social Affirs Correspondent. The Financial Times (London, England), Saturday, September 29, 2001; pg. 4; Edition 34,644.  (801 words)
29/09/2001 - Indian Po;ice Arrest Islamic Group's Leader. Angus Donald. The Financial Times (London, England), Saturday, September 29, 2001; pg. 4; Edition 34,644.  (360 words)
29/09/2001 - Arrests Fail to Shed Light on Global Terror Links. Jimmy Burns and Edward Alden. The Financial Times (London, England), Saturday, September 29, 2001; pg. 5; Edition 34,644.  (743 words)

DESENVOLVIMENTO

Em seu compilado de objeções e críticas à Escola de Jornalismo de Columbia, Joseph Pulitzer já argumentada no século passado o porquê de considerar a categoria como o 4° Poder, precedido dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário (PULITZER: 1904). Em questão, o jornalista e sociólogo tentava provar como a especialização desse profissional era necessária, pois os valores agregados à sua função iam além do mero aparato prático; estava em questão a valorização dos deveres éticos e morais, que alinhados, trariam à sociedade os resultados necessários de sua realização.
Atualmente sabemos como é difícil defender a imparcialidade em uma profissão que é realizada por pessoas com bagagens históricas e vivências, onde nada disso é deixado de lado quando se escreve uma matéria; é intrínseco ao ser humano tirar conclusões baseados em seus recortes de vida. E apesar disso os principais núcleos de mídia ainda tenta reforçar esse discurso para defender uma impressa que é imparcial e não beneficia lados, mas sim trabalha em pró dos fatos.
Os meios de comunicação      formam identidades     . Num mundo transnacional caracterizado pela circulação global de imagens e sons, mercadorias e pessoas, eles têm enorme impacto sobre as identidades nacionais e o sentido de comunidade.
Entretanto, as mais diversas imagens construídas pela mídia e estereotipadas com a repetição massiva de sua noticiabilidade trazem à tona como tal influência pode ter resultados significativos na criação imagética de alguns grupos, grupos esses que não são constituintes da nossa realidade social, mas que são trazidos de alguma forma estigmatizados pelo olhar eurocêntrico, como apontam Stam e Shohat.
O eurocentrismo bifurca o mundo em “Ocidente e o resto” e organiza a linguagem do dia-a-dia em hierarquias binárias que implicitamente favorecem a Europa: nossas nações, as tribos deles; nossas religiões, as superstições deles; nossa arte, o artesanato deles; nossas manifestações, os tumultos deles; nossa defesa, o terrorismo deles. (Shohat e Stam, 2006:21).

     O poder político ocidental construiu um “Oriente” com os moldes dessa visão eurocêntrica: estereotipado, incapaz, inferior em todos os âmbitos sociais. As ações que vêm sendo tomadas pelo poder dos países chamados “desenvolvidos” é sempre passível de justificativa e compreensão, mesmo que essas ações tragam em questão dúvidas concisas à licitude e legitimidade. A interferência norte-americana em diversas guerras e conflitos distantes de seus territórios abre um precedente para as reais motivações dessas interferências, sempre “pacificadoras”, mas conflituosas. Shohat e Stam enumeram essa imagem eurocêntrica:
A história segue uma trajetória linear que vai da Grécia clássica (construída como “pura”, “ocidental” e “democrática”) à Roma imperial e, em seguida, às capitais metropolitanas da Europa e dos Estados Unidos. [...]
O “Ocidente” progride naturalmente na direção das instituições democráticas (figuras como Torquemada, Mussolini e Hitler devem ser vistas como aberrações dentro dessa lógica de amnésia histórica e legitimação seletiva.
As tradições democráticas não-europeias são ignoradas; deve-se ocultar tanto as manipulações típicas da democracia formal do Ocidente quanto seu papel na subversão de democracias estrangeiras.
As práticas opressivas do Ocidente são consideradas contingentes, acidentais e excepcionais. O colonialismo, o tráfico de escravos e o imperialismo jamais são vistos como resultados fundamentais dos abusos de poder do Ocidente.
A produção cultural e material dos “outros” pode ser apropriada e suas conquistas negadas, enquanto o ato de apropriação que marca a antropofagia cultural europeia é glorificado. O Ocidente, como afirma Barbara Kirshenblatt-Gimblett, “rompe os laços entre as formas e suas origens, converte essas formas em influências, leva tais influências ao centro, deixa as origens nas margens e se parabeniza por ser tão cosmopolita”.

     Assim, no ataque ao 11 de setembro, em Nova York, abriu-se um precedente para intocabilidade americana. O que poderia ter sido uma maneira de refletir e de reconhecer os erros que foram cometidos para se chegar àquela situação dramática para todo um país (e posteriormente para o mundo) foi mais uma forma do EUA se armar belicamente e melhorar suas táticas de segurança com o inimigo. Muito além disso, no período em mandato, o Presidente norte-americano, Bush, declarou guerra ao Estado Islâmico (responsável pelo atentado) e em pouco menos de dois anos depois pôs tropas no Iraque, segundo argumento pacificador da guerra.
     Novamente o etnocentrismo e a imagem representativa de Columbia como personificação da luz sobre o mundo mostram o “fardo” do homem branco de propagar a civilidade, responsável por trazer a paz ao mundo. E no inconsciente coletivo (ANDRADE, 2019) o termo oriental sempre foi relacionado com o erudito, misticismo, terrorismo. Essa dualidade representada entre o que é “bom” e o que seria “mau” é sempre trazida pelo desconhecido. A própria divisão geopolítica de “oriente” foi feita a partir de um olhar centralizado na Europa.
     A globalização acompanhada do livre mercado, hoje tão comum, trouxe em si uma dramática acentuação das desigualdades já existentes, econômicas e sociais no interior das nações e entre elas. Dessa forma, o mercado livre global afetou a capacidade de seus países e sistemas de bem-estar social em pró de assegurar seu estilo de vida. E embora a real escala da globalização permaneça pequena, com exceção de alguns pequenos países na Europa, seu impacto político e cultural é desproporcionalmente grande. Por isso a imigração se tornou um problema político substancial na maior parte das economias desenvolvidas do Ocidente.




REFERÊNCIAS: 

ANDRADE, C. As Fronteiras da Representação: imagens periféricas no cinema francês contemporâneo. São Paulo: Anablume, 2014.


CHAVES, H. Globalização, ideologia e discurso: uma análise dobre a dimensão ideológica do processo de globalização. vol.1. Ed. Universitária da UFPE, 2009.


HOBSBAWN, E. Globalização, democracia e terrorismo. Tradução José Viegas. – São Paulo: Companhia das Letras, 2007.


SHOHAT, E; STAM, R. Crítica da Imagem Eurocêntrica – Multiculturalismo e representação. Cosacnaify, 2006.




O TERRORISMO SOB PRERROGATIVA RELIGIOSA
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