A velocidade vertiginosa com que vivemos os dias de hoje, na sociedade ocidental - dita desenvolvida - obriga-nos a assumir muito do que nos rodeia como algo provisório, efémero. A Beleza Descartável surge como uma reflexão sobre percepções ou preconceitos acerca de indivíduos, grupos sociais ou até certos objectos e das tendências irreflexas, impulsionadas pela emergente cultura do descarte. Usando como suporte o cartão - um objecto facilmente descartável uma vez extinta a sua utilidade inicial - pintei  modelos femininos descendentes das novas tribos urbanas, as Suicide Girls, que preconizam o culto a uma estética anti-barbie, pin-up subvertida, beleza "neo-urbana" e que nos remete para a dicotomia entre a beleza e sensualidade da “mulher real”,  em oposição ao “ideal” de beleza das top models, vendido por certas indústrias e massivamente divulgado pelos mass media, com fins meramente lucrativos, mas com efeitos colaterais sociologicamente nefastos. Mas, essencialmente, reflecte sobre o “esquecimento do ser”; que nos pode levar a questionar se, no meio de toda a vertigem, não será essa a verdadeira beleza descartada..

 

ESPECIFICAÇÕES DA  INSTALAÇÃO:

    ⁃    A SGApp 3.1.4, foi desenvolvida pelo Victor Martins e é uma aplicação, em tempo real baseada na sequência de imagens projectadas no plano duma pintura. O alinhamento é feito através de uma técnica chamada Projective Texture Mapping para alinhar o plano da textura com o plano da pintura.
    ⁃    A aplicação é multi-plataforma e usa OpenGL API para render.

 

Agradecimentos: Um especial obrigado à fantástica Joana T, à organização do Re-Factory e ao Salão Brazil. Agradecemos também o inestimável apoio dado pelo Filipe Cruz pela sua ajuda preciosa, desde a concepção, passando pelo apoio técnico e moral até à promoção das exposições e eventos passados; ao Tiago Serra, ao xDA Hacklab, AZ Hacklabs, Espaço do Tempo, Pavilhão do Conhecimento, and last but not least, às minhas Musas, as Suicide Girls, pela sua inspiradora beleza sui generis.