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Resenha Crítica - O ABUTRE

                                             RESENHA CRITICA – O ABUTRE

                                                       JENNIFER PRANGE

Blumenau, 2018

O ABUTRE
Filme O Abutre, lançado em 2014. Dirigido por Dan Gilroy

Em O Abutre conhecemos a história de Louis Bloom, que estava com certa dificuldade em encontrar um emprego e acaba se rendendo ao submundo jornalístico. O filme se passa em Los Angeles e foi ao ar em novembro de 2014, seu protagonista, o ator Jake Gyllenhaal.
O enredo do filme se dá quando Louis Bloom, que é um rapaz antissocial e vive de pequenos delitos na cidade de Los Angeles, se depara com a oportunidade de mudar de vida e conseguir um emprego não tão convencional. Em uma noite ele vê o trabalho dos cinegrafistas freelancer que vendem material para o jornal sensacionalista do município e decide que é isso que quer para si. Após decidir, Louis, faz ainda mais alguns pequenos furtos para conseguir comprar o equipamento necessário para filmar notícias de impacto e mostrar ao mundo. Logo depois, começa a aprender mais e mais sobre essa arte que é o jornalismo não tão convencional, e em seguida contrata um ajudante, nomeado de Rick Ahmed, para ficar lado a lado com ele nesse novo empreendimento.
Louis conhece Nina, a diretora do noticiário da manhã, e com a ajuda dela, ele se torna cada vez visto, fazendo assim com que ele se torne uma pessoa que tem grandes planos para seu futuro, planos esses que não são tão corretos para a sociedade. Após um certo período de tempo ele faz coisas absurdas para ganhar cada vez mais visualizações, como por exemplo, mudar uma pessoa de lugar para o outro, em um acidente de carro para encaixar melhor na cena. Por fim, o filme termina com ele expandindo sua carreira e também aumentando a sua equipe, mesmo apesar de já ter praticado várias ações contra a lei, ninguém conseguiu incrimina-lo contra qualquer tipo de crime que ele tenha cometido.
O filme nos leva a pensar no tão comum e falado sobre os jornalistas que são “abutres” por sempre estarem onde acontece algo de ruim ou por sempre estarem esperando que algo desagradável aconteça para gerar noticia e assim dinheiro. E o filme aborda exatamente esse ponto, que por mais que tentemos negar ou fingir que não acontece, o jornal também precisa de dinheiro para “sobreviver” e sem noticiais que causam impacto é muito difícil manter a atenção do telespectador, sendo assim, muitas das noticiais são manipuladas ou omitidas quando lhes convém.
E isso é um ciclo vicioso, pois os telespectadores também são os culpados nessa trama por darem audiência a esse tipo de jornalismo sensacionalista e as vezes até acreditar fielmente no que está sendo mostrando, não buscando outras fontes de informação que não seja aquela, portanto, no fim, todos temos culpa de estarmos nos tornando pessoas que muitas vezes deixam de lado o certo para o duvidoso, um desvio de caráter. Segundo o sociólogo, John B. Thompsom (1951) o que os meios de comunicação fazem é mudar a informação, mas não o povo. Portanto, a mídia não consegue manusear as pessoas, mas sim os dados que são veiculados à sociedade.
É um filme ótimo para ser passado em vários lugares, principalmente em escolas e universidades, para adolescentes e jovens adultos, para abrir a mente da população em torno do jornalismo e da mídia, ele nos mostra a realidade que queremos negar e nos faz pensar que não estamos distantes da realidade cinematográfica, que muita das vezes nos parece irreal, mas com esse filme vemos que não estamos muito bem de distinção entre o certo e o errado e geralmente o capitalismo fala mais alto.
Por fim, o filme foi indicado para o Oscar de melhor roteiro original, com a direção de Dan Gilroy.  


Resenha Crítica - O ABUTRE
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Resenha Crítica - O ABUTRE

Resenha crítica sobre o filme O Abutre.

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