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Cavalhada & Figuras Sertanejas

Cavalhada Zeca Miron:
Patrimônio imaterial belmontense
A luta travada entre Mouros e Cristãos é uma história remota há muitos séculos atrás. Por volta de 711, cerca de 7000 árabes atravessaram o estreito que separa a Europa da África, desembarcando numa localidade hoje conhecida como Gibraltar. Dali adentraram a Península Ibérica no intuito de ocupar Portugal e Espanha.
A presença árabe-islâmica é, portanto, um marco histórico e, consequentemente cultural dessa região.
O sentimento de ameaça proveniente desse povo, denominado “Mouros”, em terras ibéricas impulsiona o imperador cristão Carlos Magno, no século VI de nossa era, à empreitada de enfrentá-los com seu exército. Contudo, seus esforços não lograram êxito. Ainda assim, esse feito foi amplamente divulgado pelos trovadores que viajavam por toda Europa e chegou até nós através de histórias orais e escritas, principalmente “A BATALHADA DE CARLOS MAGNO E OS DOZE PARES DE FRANÇA” que até hoje influenciam nossos cordelistas e romancistas, como por exemplo, Ariano Suassuna no “Romance da Pedra do Reino e o príncipe do sangue do vai-e-volta”, onde são constantes as citações deste relato tanto pelo narrador quanto nos diálogos de outros personagens.

A história de Carlos Magno se tornou muito popular em Portugal no século XII. No entanto, no final do século XV, a Rainha Isabel I, rainha de Castela e Leão, comandando uma nova empreitada juntamente com seu marido, Fernando V, tomando dos árabes as cidades de Málaga e Baza. Impulsionada por suas pretensões religiosas, católica fervorosa que era, decide implantar o catolicismo nas terras conquistadas, em nome da unidade religiosa do seu reino. Para tanto, cria uma festividade para incentivar o culto cristão e o repúdio aos mouros, assim surge a Cavalhada.

Representação dramática composta por 12 cavaleiros, sendo 6 vestidos de azul , representando os Cristãos e 6 vestidos de encarnado representando os mouros.

Como a Cavalhada chegou a essas 'brenhas' do sertão?

As Cavalhadas foram trazidas de Portugal, possivelmente pelos padres jesuítas, como instrumento de catequização. Se popularizou e adentrou as terras brasileiras. Aqui na nossa cidade, configura-se como uma das maiores representatividades da cultura local, e inserida no contexto da tradicional festa da Cavalgada à Pedra do Reino. Por ter sido resgatada pelo saudoso vaqueiro Zeca Miron, foi denominada de “Cavalhada Zeca Miron”.

A “Cavalhada Zeca Miron” é, portanto, valioso patrimônio imaterial da cultura de São José do Belmonte, manifestação de nosso folclore, que encanta e preserva uma das nossas mais genuínas tradições.


Texto: Valdir José Nogueira de Moura @valdirjosenogueira 
Fotos: Assessoria de marketing Pref. Mun. de São José do Belmonte - PE
ILUSTRAÇÕES
1. Madrinhas lanceiras
2. Cavaleiro com lança
3. Representação da Cavalhada Zeca Miron
FLYER DE DIVULGAÇÃO

Destinado aos turistas, em visita à São José do Belmonte no mês da Cavalgada.
Esse flyer possui um QR code no verso, que ao ser lido, levaria o leitor a um conteúdo extra com o e-book da história do Massacre sebastianista no sertão pernambucano.
Flyer "3D", efeito parallax, para Facebook (apenas dispositivos compatíveis e PC's)
Figuras Sertanejas
O último dia de festividades da pedra do reino é um teatro a céu aberto. 
Durante a missa da alvorada, no último domingo do mês de maio, mouros e cristãos, rei e rainha, soldados, vaqueiros e personagens do dito popular nordestino, fazem frente a matriz São José aguardando a bênção divina, antes da partida rumo as pedras encarnadas.
Lampião & Maria Bonita
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Cavalhada Zeca Miron e Personagens da Cavalgada à Pedra do Reino

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