Trabalho acadêmico com o objetivo de seguir ideais e princípios do grupo ARCHIGRAM, e com base nos estudos, criar um projeto semelhante aos mesmos. 

Realizado juntamente com meus colegas EDUARDO BEBBER, GIOVANNI CAVALLI, HENDRIS RIZZON, LUCAS SOARES e WILLIAM PETRIKOSKI. 
Relatório Teórico:

  
     REINSERÇÃO DE PESSOAS DE BAIXA RENDA ÀS ÁREAS CENTRAIS URBANAS  

INTRODUÇÃO 

          Archigram foi um grupo de arquitetos ingleses, que surgiu no ano de 1961, formado pelos membros Peter Cook, Warren Chalk, Ron Herron, Dennis Crompton, Michael Webb e David Green, que publicava suas propostas na revista de mesmo nome. Eles buscavam um diálogo mais próximo com o contexto cultural da época e, por isso, se inspiraram na tecnologia como forma de expressão. 
          A palavra “Archigram” é um neologismo com os termos “Architectural” e “Telegram” e manifesta a ideia de comunicar mensagens rápidas e de fácil entendimento relacionadas à arquitetura. 
          O grupo destaca-se como marco de transformações do pensamento da cidade, da representação, da arquitetura e do saber tecnológico aplicado ilimitadamente dentro da sua produção. E, dessa forma, fazendo com que suas elaborações não sejam isoladas, mas sim, vinculadas às principais manifestações artísticas na Inglaterra e nos EUA – com o Independent Group e as ondas de “contracultura”.
          Esse cenário da década de 1960 é o retrato da congruência de grandes mudanças sócio-políticas, reviravoltas no jeito de se pensar e fazer sociedade, o consumo e a comunicação, a inserção massiva de aparelhos de comunicação dentro dos círculos familiares, mudanças marcantes dos contextos urbano e privado, redirecionamento das produções fordistas e mecanizadas, a rápida expansão urbana - com o surgimento das classes médias em torno das grandes aglomerações urbanas - os subúrbios, o desenvolvimento tecnológico exacerbado, a Guerra Fria e as consequência da Corrida Espacial. E é dentro desse contexto que o grupo se insere, se tornando produto de uma época que se apropria da construção coletiva de um otimismo tecnológico. Resultando, assim, em uma resposta crítica perante à arquitetura moderna, racional e funcional produzida até então. 

ARCHIGRAM 

          A revista inaugural - Magazine 1 - de 1961, foi publicada em uma folha no jornal local, iniciando com um poema do próprio David Greene com apenas 300 exemplares. Apesar de simples, foi nela que se pôde observar o início de consecutivas propostas para o repensar da ideia da arquitetura, da construção e da cidade. 
          Archigram 2, lançado em 1962 com uma programação convencional. Sem consistir em um número temático, trazendo colaborações e projetos de linhas tão diversas quanto as casas rurais de Andrew Anderson e a Spray Plastic House de David Greene. Archigram 2 já apontava algumas direções comuns, que orientariam as posteriores especulações do grupo. 
          Na Magazine 3 - de 1963, surge a Plug-In City um conceito de cidade como estrutura única. Ao qual, se baseia em uma tentativa de criar uma megaestrutura que promovesse em grande escala a network com serviços e necessidades. 
          As grandes possibilidades de reajustes e novidades é visto no projeto frequentemente, e traz referência ao movimento do mercado de consumo das grandes massas - assim toda a cidade estaria vinculada dentro de um sistema de descarte. Portanto, todas as suas peças poderiam ser cambiáveis e teriam data de validade de uso, fazendo-se necessária a substituição por um “novo modelo”. 
          Em 1964 surge a Magazine. A primeira publicação a ser divulgada nos EUA e no Japão, colaborando para a importância do coletivo jovem no círculo internacional. Além de apresentar uma capa icônica, ela também se destaca por apresentar uma proposta inédita de sequências de projetos. Possuía como temática central o questionamento da arquitetura como uma disciplina sagrada e as problemáticas da arquitetura produzidas até então pelo grupo moderno. O grande espraiamento dos ideais Archigram pelos principais polos de cultura do mundo e a ida da Magazine 4 para o Japão, foi essencial para a construção do movimento Metabolista japonês, que viam o que era produzido no ocidente, como uma possibilidade de uma sociedade de cápsulas modulares. Um grande ideal de futuro. 
          Já a seguinte revista, Magazine 5 (1965), se formaliza pelo início de estudos das megaestruturas e propostas que pensassem alternativas do desenho da cidade. Como é o caso do projeto de Walking City de Ron Herron, ao qual foi concebido uma cidade que se move dentro do território, como um possível ideal de capital do mundo que pudesse se locomover conforme os interesses. 
          As associações com as megaestruturas foram essenciais para proposições posteriores como a Dream City e Underwater City. Dentro dessa vertente os projetos teciam tensões e questionamentos perante os tipos de habitações - aos quais poderiam ser modulares e se movimentarem em forma de casa trailer pelo território, até as questões em escala mais abrangente como o pensar dos aglomerados urbanos. 
          A Magazine 6 (1965) se dedicou à uma retrospectiva dos anos 40, como também do tema da pré-fabricação de peças para a construção. 
          A Magazine 7 (1966) é considerada um manifesto, um documento rigoroso onde percebe-se o otimismo do grupo em relação a tecnologia, que logo mais daria espaço à uma segunda geração de ondas de problematização dessa associação sistémica. 

PARALELO TEÓRICO 

          Através de um painel, foi realizado um paralelo aos projetos do Archigram, para trazer uma crítica à reinserção de pessoas de baixa renda às áreas centrais das cidades, através do adensamento populacional dos centros urbanos como um novo modelo de urbanização sustentável. 
          Para o capital imobiliário, os centros tornam-se uma nova fronteira urbana a ser conquistada. No âmbito dos movimentos de luta pela moradia, a permanência de populações de baixa renda em áreas centrais surge como uma das principais bandeiras de um projeto utópico de cidade democrática. 
          Essa nova realidade é, em grande medida, resultado da adoção de um modelo de planejamento e gestão baseado no empreendedorismo, caracterizado pelo city marketing, pela privatização de atribuições tradicionalmente pertencentes ao poder público e pela criação de um ambiente favorável para os investimentos privados. 
          Com isso, a intenção foi ironizar os acessos limitados que as pessoas de baixa renda terão, devido ao elevado custo de vida nesses centros, como: não jantar/almoçar em restaurantes, não fazer compras em lojas com credibilidade, não possuir acesso à cultura e lazer, dentre outros; por se tratar de atividades que necessitam de maior poder aquisitivo. Dessa maneira, elas estariam "inseridas" juntamente com as outras classes sociais, porém, sua vida se basearia apenas em trabalhar para viver. 
          O nicho do panorama mundial atual focado foi a dependência da tecnologia pela população e a idolatria exagerada do lucro representada pelas empresas, pois essas áreas acabam gerando um modelo de automatização da vida humana, como: pedir alimentos por aplicativo (não precisa saber cozinhar corretamente); pedir carona por aplicativo (não precisa de automóvel pessoal para se locomover); a possibilidade de trabalho home office (não precisa ir até o escritório); a possibilidade de se entreter com amigos apenas por ligação, jogos online, etc; assistir shows, jogos de futebol, notícias, entre outros, tudo através do celular; conhecer novas pessoas por aplicativos, sem nunca ter as visto pessoalmente; entre outras coisas. No fim, a conclusão obtida é de uma existente relação de dependência, que surge devido à evolução da tecnologia e automatização da vida. 
          Dessa maneira, para pôr em prática a ideia, foi realizada uma moradia de baixo custo, com apenas às necessidades básicas de um ser humano, como: banheiro, cama, geladeira, etc. A qual pode ser executada pelas próprias empresas contratantes, que acabam por explorar seus funcionários de baixa renda.
Painel Archigram
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