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Estágio de Análises Clínicas

Análises Clínicas

As Análises Clínicas são um conjunto de exames que tem a finalidade de verificar o estado de saúde de um paciente ou investigar doenças, como os chamados exames de rotina, check-ups, entre outros. A análise é realizada através do estudo de material biológico colhido do paciente, por exemplo: sangue, fezes,urina, escarro, fragmentos de tecido, líquido sinovial, pleural, líquido cefalorraquidiano, etc. A coleta pode ser feita no próprio laboratório onde são feitas as análises ou em locais como hospital, clínica, postos de coleta ou até mesmo no domicílio do paciente.
Os laboratórios de análises clínicas analisam cada uma dessas amostras em setores específicos, conforme o composto bioquímico ou suspeita clínica que se pretende investigar. Como exemplo: hematologia, bioquímica, imunologia, uroanálise, microbiologia e parasitologia.
Os exames de análises clínicas são um dos recursos mais eficientes que um profissional de saúde tem a sua disposição. Com eles, é possível avaliar parâmetros e analisar de forma minuciosa a condição de saúde de determinado paciente.
Os laboratórios de análises clínicas são fundamentados em um processo dinâmico que tem inicio na coleta da amostra biológica e obtida adequadamente para fins de diagnóstico laboratorial e conclui com a emissão de um laudo. Didaticamente, o processo é dividido em três fases: a pré - analítica, analítica e pós - analítica. A fase pré - analítica constitui-se na preparação do paciente, coleta, manipulação e armazenamento do espécime diagnóstico, antes da determinação analítica, ou seja, envolve todas as atividades que precedem o ensaio laboratorial, dentro ou fora do laboratório de análises clínicas.
A fase analítica tem início com a validação do sistema analítico, através do controle da qualidade interno na amplitude normal e patológica, e se encerra quando a determinação analítica gera um resultado. Já na fase pós - analítica tem início após a geração do resultado analítico, quantitativo e/ou qualitativo, sendo concluída após a entrega dos resultados.

O Laboratório Municipal de Referência Regional de Teixeira de Freitas (LMRR) é um sede regional bipartite do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen/BA) localizado em Salvador, e se constitui enquanto destaque no Extremo Sul e na Bahia para a realização de diversos procedimentos laboratoriais no município e mais 12 cidades da região. Possui uma equipe multidisciplinar capacitada para realização dos serviços além dos equipamentos modernos e especializados.
O laboratório recebe em média 150 pessoas por dia, a partir da marcação de exames no Complexo Regular, o Laboratório Municipal de Referência Regional realiza cerca de 30 mil exames mensais, como também o atendimento pré-natal de gestantes, arboviroses (dengue, zika e chikungunya) e pacientes oncológicos que vão diretamente ao laboratório. Conta com equipamentos modernos, como o Cobas Pro E 801 e Cobas Integra 400 Plus e profissionais qualificados.
É dividido pelos setores de coleta - adulto e infantil; Preparo de amostras; Bioquímica e virologia;  Urinálise; Diluição/Parasitologia; Microbiologia e hematologia.
Setor Coleta - adulto e infantil:
Após o paciente ser atendido na recepção, é encaminhado para o setor de coleta, onde tudo se inicia, checamos seu documento juntamente com a prescrição do médico e as etiquetas com os exames correspondentes, as etiquetas são colocadas nos tubos para identificação dos exames a serem realizados, as amostras de fezes e urina tragas pelo paciente de casa são entregues nesse mesmo local em uma janela que da acesso ao setor de preparo de amostras. 
Os setores de coleta e triagem no laboratório de análises clínicas são setores que demandam muita atenção, levando em consideração que a maioria dos exames são realizados a partir de uma amostra de sangue venoso, deste modo os profissionais do local devem ter conhecimento das técnicas de coleta e triagem para que ela não seja alterada.
O sangue é um sistema complexo, constituído por substância líquida (soro ou plasma), elementos sólidos ou figurados (hemácias, leucócitos e plaquetas) e elementos gasosos (O2 e CO2). Para a coleta foi utilizado duas técnicas, a com seringa e agulha também conhecida como "sistema aberto", e a coleta de sangue a vácuo, denominada também como "sistema fechado", onde se tem a possibilidade de colher vários tubos rapidamente e usando apenas uma punção, dessa forma o paciente não precisa ser furado várias vezes.
 Existem etapas importantes que devem ser adotadas no setor de coleta e triagem, como: o paciente é informado sobre o exame, instruções sobre o jejum, cuidados com a alimentação, horário da coleta e recebimento dos resultados; Há a conferência da identidade do paciente bem como etiquetar os tubos na vista dele; Garroteamento e seleção da veia a ser puncionada de acordo o exame do paciente; Coleta das amostras e após isso destinação correta dessas amostras para o setor de preparo. Caso o paciente não consiga levar as amostras de fezes ou urina ou ambas é colocado na pendência a etiqueta do paciente correspondente a amostra faltante, ficando para entregar assim que possível.
Setor Preparo de Amostras:
No setor preparo de amostras, é onde são destinadas todas as amostras de sangue, fezes e urina, onde há todo um controle de qualidade, verificando se as amostras de fezes e urina foram colhidas corretamente para que não possa haver a contaminação das amostras, assim que se recebe já é colocado na folha de controle a etiqueta com o exame correspondente de cada paciente. Estando tudo certo, as amostras de fezes são recolhidas para o setor de diluição, já as amostras de urina ficam para está fazendo a análise físico química e posteriormente em tubos específicos são calibradas para que possam ser colocadas na centrífuga para assim poder ir para o setor de urinálise e está realizando a análise microscópica. Todas as amostras biológicas são cadastradas no sistema GAL, trata-se de um sistema informatizado desenvolvido para os laboratórios de
Saúde Pública que realizam exames de notificação compulsória, de média e alta
complexidade das amostras biológicas.

As amostras de sangue do tubo de bioquímica ficam em torno de 30 minutos nas estantes para coagular, após isso é feita a calibração das amostras para que possam ser devidamente colocadas na centrífuga, deve-se distribuir no rotor cada porta tubo com peso igual ao da outra ponta do rotor. Se for centrifugar uma amostra de 5 ml, deve se colocar outro tubo idêntico, com mesmo volume, no lado oposto do rotor. O tempo de duração da centrifugação é de 10 minutos. Após centrifugadas são retiradas e vão para a etapa onde apenas o soro será retirado do tubo e repassado para o tubo de ensaio com o auxilio de uma pipeta para assim poder ir ao setor de bioquímica para serem realizados os exames.
Em cada setor mantém uma temperatura adequada, tendo o controle de temperatura diária e possui freezers e refrigeradores para armazenamento de amostras.


Setor de Bioquímica e Virologia:
No setor de bioquímica são realizados exames relacionados à investigação do funcionamento dos processos metabólicos do organismo, tem como objetivo medir quimicamente possíveis alterações e, por isso, é um setor que conta muito com os avanços tecnológicos para poder obter resultados precisos. O aparelho responsável pelos exames de bioquímica é o Cobas Integra 400 plus, todos os dias antes de começar o processo e colocar as amostras contendo o soro dos pacientes é realizado o POP a manutenção do aparelho para o seu bom e correto funcionamento.
Os principais exames realizados por este setor são para medir níveis de glicose, colesterol, triglicerídeos, proteínas, enzimas, função hepática (TGO e TGP), função renal (ureia e creatinina), função cardíaca (CK-MB e CPK), ácido úrico, cálcio, magnésio, sódio e potássio, ferro e ferritina, bilirrubina total e direta, entre outros.
Para garantir a qualidade e a integridade dos resultados dos exames, o setor de bioquímica utiliza controle de qualidade incorporado com o gráfico de Levey-Jennings e regras de Westgard.
Após cada amostra contendo soro do paciente ser colocado corretamente nas racks, como da para ver nas imagens acima, tendo visibilidade dos códigos é colocado na máquina um por um. Cada código de cada paciente já nas folhas descritos os exames de cada um a ser realizado devera ser cadastrados no computador para a máquina fazer a leitura, tendo cada exame uma sigla específica. E é no computador que se acompanha todo o processo desde o início até a conclusão, avisos para seu funcionamento, como a troca de cassetes de reagentes; alarmes de funcionamento; substituição do Cleaner (solução de lavagem); reposição das cubetas; reposição de água do reservatório externo; descarte de resíduos líquidos do reservatório externo; substituição da caixa de descarte de cubetas entre outros.

Exames manuais:
Tem também os exames realizados de forma manual como o de LÁTEX - Fator Reumatoide; Sífilis; Beta HCG; ASO - antiestreptolisina.
Na primeira imagem acima corresponde ao exame LÁTEX onde é utilizado 20 microlitros do soro do paciente e 20 microlitros do reagente e mistura se com uma pequena espátula. O fator reumatoide é um auto anticorpo, em geral da classe lgM, podendo ser IgG ou IgA, dirigido contra o fragmento Fc e IgG. Está presente no soro da maioria dos pacientes portadores de artrite reumatoide, 70 a 85% através da técnica do látex 60 a 70% pela técnica do Waaler-Rose.
Reações positivas para o fator reumatoide não são específicas da AR, podendo está presente em outras colagenoses, na malária, hepatite, endocardite, toxoplasmose, sífilis, mononucleose e outras doenças, em geral com manifestações de estimulação posicional de linfócitos B e/ou evidências de auto imunidade. Em geral, altos títulos de fato reumatoide se correlacionam com maior severidade da doença.
O exame ASLO,  também chamado de ASO, AEO ou da antiestreptolisina O, tem como objetivo identificar a presença de uma toxina liberada pela bactéria Streptococcus pyogenes, a estreptolisina O, que está normalmente associada a casos de faringite ou febre reumática e glomerulonefrite, nos casos mais graves, para realizar este exame é utilizada uma placa de aglutinação, foi utilizado 20 microlitros de reagente e 20 mucrolitros do soro do paciente.
O exame de beta hCG é realizado de maneira rápida, onde um fitinha é colocada no soro da paciente e em pouco tempo já da para ver o resultado. O beta hCG é um pequeno componente do hormônio gonadotrofina cariônica humana (hCG), específico para a gravidez, quando o hCG é liberado no organismo, a gestante costuma sentir os primeiros sintomas da gestação.
A sífilis é uma infecção de caráter sistêmico, curável e exclusiva do ser humano, causada por uma bactéria denominada Treponema pallidum, o diagnóstico da sífilis é habitualmente feito através do exame sorológico: VDRL (ou RPR) como na terceira imagem acima.
Testes não treponêmicos – VDRL e RPR: o VDRL e o o RPR são chamados testes não treponêmicos, pois eles pesquisam anticorpos não contra a bactéria Treponema pallidum em si, mas sim contra uma combinação de antígenos chamados cardiolipina, colesterol e lecitina. Apesar de ser um teste de fácil realização, exatamente por não pesquisar diretamente o Treponema pallidum, existe um maior risco de resultados falso-positivos.
O VDRL é o exame mais simples e mais utilizado como rastreio da sífilis.


Virologia e hormônios:
A Cobas e 801 realiza as análises de imunologia, projetado para auxiliar no laboratório aprimorando com eficiência nas análises clínicas, promove rapidez para realização dos exames, com a possibilidade de automatizar mais de 95 exames de imunologia, também possibilita a redução da quantidade de sangue coletada dos pacientes para a avaliação de vários exames simultâneos.
São realizados para identificar doenças relacionadas a alterações na capacidade de defesa do organismo e resposta contra infecções, como: toxoplasmose, hepatites, rubéola, dengue entre outros.
Ainda neste setor são realizados os exames de hormônios, moléculas produzidas por glândulas e que exercem efeito específico sobre uma ou mais partes do corpo, como os da tireóide; da próstata; reprodutora, a exemplo a dosagem de PSA (Antígeno Prostático Específico) e TSH (Hormônio Estimulador da Tireóide) e estrogênio.

Urinálise:
O exame de urina é um dos exames mais solicitados para verificar a saúde de um paciente, considerado um exame de rotina. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, não é utilizado apenas para detectar uma infecção urinária, mas pode conter informações importantes sobre diversos aspectos do corpo, auxiliando no diagnóstico de muitas doenças. A urina contém muitos resíduos e toxinas, produtos que são filtrados pelo nosso organismo, tudo que se come, bebe, o quanto se exercita o funcionamento dos rins, qualquer descompensação, distúrbio ou doença podem afetar a sua aparência normal.
Por se tratar de um exame fácil de ser realizado, indolor e que pode gerar muitos dados sobre o estado do paciente, o teste de urina é utilizado há vários séculos, sendo considerado o marco inicial da medicina laboratorial, a investigação e análise da urina para fins de diagnóstico é também chamada de Urinálise.
A análise da urina envolve um conjunto de aferições que incluem desde as suas características físicas, bioquímicas e microscópicas e cada etapa irá avaliar uma condição diferente, por exemplo, altas concentrações de partículas na urina podem indicar que a pessoa está desidratada e níveis elevados de pH podem indicar problemas do trato urinário ou do rim, enquanto a presença de açúcar pode indicar diabetes.
A coleta adequada da urina é muito importante para evitar a contaminação e a necessidade de ter que realizar outra coleta e o paciente ter que levar novamente ao laboratório, deve ser feita a coleta em frasco de material inerte, limpo, seco e à prova de vazamento.
Assim que o paciente entrega a amostra junto com as etiquetas correspondentes, é checado e estando tudo correto a amostra fica para ser transferida aos tubos nas estantes. A primeira análise a ser feita é a física, sendo avaliada pela  aparência física (cor, turbidez, odor e volume), chamada também de análise macroscópica. A urina pode variar na cor de amarelo pálido (quase incolor) até amarelo escuro, vermelho, verde ou azul. Algumas medicações também podem alterar a sua coloração como no caso do nitazoxanida um antiparasitário de amplo espectro e como corantes naturais presentes nos alimentos, tais como cenoura e beterraba.
Na ánalise bioquímica é avaliado as propriedades químicas da urina, identificando a ausência ou presença de determinadas substâncias, pH e também densidade. Os mais comumente avaliados são: pH: a capacidade ou incapacidade dos rins de secretar ou reabsorver ácidos ou bases;  Densidade: capacidade de concentração de substâncias sólidas diluídas na urina; Bilirrubina: característica de doenças hepáticas e biliares; Urobilinogênio: indica danos ao fígado e distúrbios hemolíticos; Corpos cetônicos (cetona): produtos da metabolização das gorduras, comum durante jejum prolongado e pacientes diabéticos;  Glicose: detecção e monitoramento de diabetes;  Proteína: relacionada a doenças do trato urinário e renal; Nitrito: infecção bacteriana nos rins ou do trato urinário.     
Após passar pelas primeiras etapas da análise da urina, chega na análise microscópica, o exame microscópico do sedimento urinário pode revelar a presença de células, cristais minerais e agentes patogênicos, como bactérias ou fungos. Nas imagens microscópicas a cima foi visualizado cristais, também pode ser visualizado: Leucócitos (glóbulos brancos): indica doença do trato urinário e inflamação renal;  Hemácias (glóbulos vermelhos): infecções, pedras nos rins e doenças renais graves;  Células epiteliais: pode estar relacionada a algum problema renal grave, como síndrome nefrótica; Cristais: podem indicar cálculos renais; Parasitas: infecção por cândida ou protozoários;  Bactérias ou leveduras: infecção urinária; Cilindros ceroso: pode está presentes em insuficiência renal ou crônica.
Diluição/Parasitologia:
O exame parasitológico de fezes é de grande importância na clínica médica, considerando que as parasitoses intestinais são um problema de saúde pública de alta prevalência no Brasil, a solicitação do exame parasitológico de fezes, diante da suspeita de uma parasitose intestinal durante anamnese detalhada e exame físico minucioso, pode diagnosticar com antecedência as doenças parasitárias e evitar a progressão da patologia para formas mais complicadas, além de evitar a realização de procedimentos invasivos.
O exame parasitológico de fezes é um método diagnóstico barato e prático, que pesquisa diferentes formas parasitárias eliminadas nas fezes, porém a escolha do método de exame e a habilidade do profissional responsável implicam diretamente na eficiência do resultado. Fatores que influenciam na prevalência brasileira das parasitoses incluem precariedade no saneamento básico, condições sociais, econômicas, educacionais, climáticas e hábitos de higiene inadequados.
A coleta das fezes possui uma relação direta com a qualidade do exame e eficiência no resultado. A defecação deve ser feita em um recipiente seco e limpo, com posterior transferência de parte das fezes recolhidas de diferentes porções do bolo fecal para o frasco próprio. O frasco fornecido deve ter boca larga, boa vedação e capacidade aproximada de 50 mL. Não se deve coletar fezes eliminadas no solo ou vaso sanitário, pois inviabilizam o exame devido à contaminação da amostra e consequente alteração no resultado.
Diluição:
Assim que as as amostras de fezes chegam no setor preparo de amostras e são verificadas, são levadas para o setor de diluição. No pote da amostra é adicionado água, mexido com um palito e assim transferido para o tubo, em cima do tubo é colocado gases, para ter uma função de filtro, onde a parte mais líquida passa para dentro do tubo. Após ser feito esse procedimento com todas as amostras, os tubos vão para a centrífuga, em um tempo bem rápido, em um minuto já estão prontos para ir ao setor de parasitologia onde será feita a análise microscópica.
Assim as amostras chegam já prontas para análise microscópica. Com auxilio do microscópio, é pego a pipeta para sucção da amostra de fezes, coloca-se uma gota na lâmina, adiciona junto uma gota de lugol, após isso tira o excesso com a pipeta e começa a análise microscópica. Os tubos de fezes que contêm as formas parasitárias ou lâminas permanentes podem ser armazenados para material de consulta.
O exame parasitológico de fezes tem como objetivo a identificação de ovos e larvas de helmintos, e oocistos, cistos e trofozoítos de protozoários, sendo a fase analítica (microscópica). Pode ser dividido em 3 fases para melhor entendimento: fase pré-analítica, fase analítica e fase pós-analítica.
A fase pré-analítica inicia-se com a solicitação do exame pelo médico e inclui a requisição correta, a orientação do paciente para coleta das fezes, o transporte para o laboratório e o cadastramento da amostra fecal.
Na fase analítica macroscópica, é a primeira a ser feita, lá no setor de diluição onde se avalia a consistência, odor, presença de elementos anormais e de vermes adultos ou parte dele.
Na fase pós analítica, realiza-se a análise da consistência dos resultados, liberação do laudo, transmissão e arquivo dos resultados e consultoria técnica.
Para apresentar os resultados é importante constar a identificação do paciente; data; nome do médico; consistência das fezes; formas parasitárias e os nomes específicos dos parasitas encontrados; método executado e observações.
 
Na primeira imagem microscópica foi identificado: Hymenolepis nana ovo;
Segunda imagem: Ascaris lumbricoides ovo fértil;
Terceira imagem: Strongyloides stercoralis larva filarióide.
Setor de Hematologia:

O setor de hematologia é o local onde condições relacionadas ao sangue e suas frações são investigadas, a hematologia compreende a hematologia geral, o estudo da coagulação e a imunohematologia. O hemograma é considerado o exame mais comum entre os exames solicitados pelos médicos dentro desse grupo, frequentemente solicitado pela capacidade do sangue mostrar alterações em diferentes partes do organismo.
O hemograma também contribui para diagnosticar e classificar anemias, por meio de equipamento automatizado de alta tecnologia e controle de qualidade, acompanhado de análise microscópica, ele avalia quantitativamente e qualitativamente os elementos do sangue sendo as hemácias, leucócitos e plaquetas.
Entre os setores do laboratório é o que faz testes de coagulação para pré-operatórios e para monitorar o uso de anticoagulantes orais. Também faz testes e classifica o tipo sanguíneo ABO/Rh e outros testes para investigação da incompatibilidade materno-fetal.
Assim que chega os tubos de hemograma ao setor são organizados de acordo o horário e verificados os nomes dos pacientes, depois são reorganizados nas racks, e feito o cadastro de cada paciente no sistema, com o nome e código, após isso são colocados no equipamento XE 2100, que facilita muito o desempenho da rotina laboratorial pela quantidade de hemogramas por dia.
O hemograma é composto por três determinações básicas que incluem as
avaliações dos eritrócitos ou série vermelha, dos leucócitos ou série branca e das
plaquetas ou série plaquetária. 
Com a automatização das avaliações das células do sangue, aliada a programas de informática, obtém-se dados sobre diâmetro ou superfície celular, histograma e gráficos de distribuição de células, especificamente para a série vermelha a automatização fornece o índice RDW que avalia a amplitude da superfície dos eritrócitos.
O hemograma deve abranger as análises qualitativas dos eritrócitos, leucócitos e plaquetas que consideram o tamanho e a forma celular, a coloração e as inclusões citoplasmáticas e nucleares, a presença de vacúolos, as atipias celulares, etc.
Além da forma automatizada, o hemograma também pode ser realizado utilizando equipamentos não automatizados, denominados metodologia manual e, também, por meio de equipamentos automatizados com ampla variação tecnológica eletrônica associada à informática. Várias publicações comparando as metodologias não automatizada e automatizada demonstram que os resultados obtidos não apresentam diferenças estatisticamente significantes, porém a tendência natural é a substituição gradual pelos equipamentos automatizados.
Na análise não automatizada é usado o microscópio, centrífuga ou microcentrífuga e espectrofotômetro ou fotocolorímetro, através do microscópio são feitas as contagens de eritrócitos, leucócitos total e diferencial e de plaquetas, usando câmara de Neubauer e lâmina corada. A centrífuga ou microcentrífuga fornece o valor do hematócrito, enquanto que o espectrofotômetro ou fotocolorímetro permite a leitura da hemoglobina.

Esfregaço sanguíneo: O esfregaço sanguíneo adequado é composto por três partes: espessa, medial e fina, a coloração é efetuada com corantes que tem em sua composição o azul de metileno, a eosina e o metanol. Há vários tipos de métodos: Leishman, Giemsa, May-Grunwald, Wright, panótico, etc. Alguns desses métodos necessitam de tampão com pH 7.0 e de baixa molaridade (água tamponada). A melhor análise se consegue na porção média do esfregaço, enquanto que na porção fina os eritrócitos e leucócitos aparecem geralmente com deformações artefatuais. Ao percorrer o esfregaço é necessário obedecer um padrão de deslizamento transversal e longitudinal, contemplando o corpo do esfregaço. As morfologias de eritrócitos, leucócitos e plaquetas devem ser mentalizadas na seguinte seqüência de considerações: tamanho; forma; coloração celular e inclusões.
Tipagem sanguínea:
É um exame usado para determinar o grupo sanguíneo de um indivíduo e quais tipos de sangue ele pode receber ou doar e também é importante na gestação, nos casos de mães com fator Rh negativo e bebês com Rh positivo. O sangue é definido a partir da presença ou ausência de antígenos, que são substâncias desconhecidas no organismo e desencadeiam a produção de anticorpos na superfície das hemácias.
Na classificação dos tipos sanguíneos, são considerados dois tipos de antígenos: o sistema ABO e o fator Rh. 
Antígeno ABO: define os tipos sanguíneos em quatro classificações existentes: A, B, AB e O. Antígeno RH: define se o sangue possui Rh positivo ou negativo. Quem apresenta essa proteína, possui o Rh positivo, ou seja, o sangue é positivo.  
Logo, quem não a apresenta possui o Rh negativo, ou seja, o sangue é negativo.
No sistema ABO, o fenótipo de um indivíduo, em geral, é determinado pelas reações de hemoaglutinação das hemácias do indivíduo com antissoros Anti-A, Anti-B e Anti-AB (tipagem direta). A ausência de hemoaglutinação demonstra a ausência do antígeno específico, o que significa um teste negativo. No teste de amostras de sangue de pacientes adultos, a confirmação do grupo sanguíneo ABO pode ser fornecida pelas reações do soro do indivíduo com suspensões padrão de hemácias A e B (tipagem reversa).

Coagulograma:
O coagulograma é um tipo de exame responsável pela análise de alterações da coagulação presentes no sangue humano, com ele, é possível identificar doenças ou complicações e iniciar o tratamento o mais rápido possível. 
Esse exame pode ser indicado pelo médico em várias ocasiões, principalmente antes de cirurgias para avaliar possíveis riscos de sangramento.
O coagulograma possui inúmeras aplicações clínicas, como saber o real status de capacidade coagulatória faz grande diferença. Alguns exemplos de situações que são necessárias a avaliação do processo de coagulação: pré-operatório de qualquer cirurgia, pois avalia o risco de sangramento; Investigação de sangramentos espontâneos que demoraram para cessar; Diagnóstico diferencial de sangramentos uterino fora do período menstrual; Diagnóstico e seguimento de doenças hematológicas; Acompanhamento em vigência do uso de medicamentos que alteram a coagulação; Após a picada de animal (cobras) ou inseto (aranhas e escorpiões), cujo veneno possa ter propriedades que alteram a coagulação sanguínea e suspeita de dengue.
O coagulograma é um exame de sangue de coleta rápida, sem a necessidade de preparo prévio. Para a avaliação correta dos testes, é de importante que o paciente informe todos os tipos de medicamentos que esteja utilizando, especialmente antibióticos e anticoagulantes.
A coagulação é um processo sequencial de eventos dentro do nosso corpo, chamado de cascata da coagulação pois várias substâncias estão envolvidas (fatores de coagulação) e a ativação de um produz outras substâncias que ativam os demais de forma sequencial, em cascata. Além dos fatores de coagulação, as plaquetas, a vitamina K e o cálcio possuem papéis essenciais para uma boa coagulação.
O TP avalia a via extrínseca da coagulação, que é composta pelos fatores III (tromboplastina tissular), VII, X, V, II (protrombina), I (fibrinogênio) e finalmente a fibrina.
O TTPA avalia a via intrínseca da coagulação que envolve vários fatores de coagulação como os fatores XII, XI, IX, VIII, X, V, II (protrombina), I (fibrinogênio) e finalmente a fibrina.
O exame avalia a presença, a quantidade e a forma das plaquetas. As plaquetas são fragmentos celulares, também conhecidos como trombócitos, presentes no sangue e que estão intimamente relacionadas à formação de coágulos. Dessa forma, o coagulograma permite avaliar a cascata de coagulação e, desta maneira, identificar falhas e o local da falha. De forma geral, permite avaliar se o corpo possui condições de estancar um sangramento ou se está predisposto à formação de coágulos.
Setor Microbiologia:
O setor de microbiologia realiza exames que norteiam o diagnóstico de doenças infecciosas que dizem respeito, por exemplo, identificação de fungos, bactérias, coloração, BAAR, antibiograma, cultura de úrina, exame de hanseníase e interpretação dos resultados,  relacionados a atividade bacteriana nociva no organismo. Uma bactéria clinicamente importante é isolada e identificada neste setor técnico, são exemplos a cultura de urina, oro faringe e outras secreções. Primeiramente há a coleta do material biológico, isolamento do micro-organismo, identificação do micro-organismo bem como sua classificação.
Cultura de urina e tuberculose:
Coloração de Gram:
A coloração de Gram é muito importante na caracterização e classificação inicial das bactérias. Afinal, esse método de coloração permite que as bactérias sejam visualizadas no microscópio, uma vez que sem a coloração é impossível observá-las ou identificar sua estrutura. O procedimento de coloração de Gram permite que as bactérias retenham a cor com base nas diferenças nas propriedades químicas e físicas da parede celular. De fato, o uso dos corantes permite aumentar o contraste e evidenciar a estrutura bacteriana. Depois de realizar todo o procedimento de coloração, a lâmina vai para o microscópio para a identificação da bactéria, se é gram-positiva ou gram-negativa.
Na primeira imagem foi visualizado cocos gram-positivo agrupados; na segunda imagem bastões gram-negativo e na terceira imagem estafilococos gram-positivo agrupados como cachos de uva.
BAAR - coleta da linfa:
Exame destina-se à pesquisa de bacilos álcool ácido resistentes (BAAR) em pacientes com suspeita clínica de hanseníase, para essa pesquisa é realizada coleta de linfa de lóbulo de orelha, cotovelos e de lesões cutâneas, se houver. Após coleta da linfa é enviado de forma apropriada a amostra para o setor de microbiologia, o método utilizado é o exame microscópico direto do material após coloração de Ziehl-Neelsen. O exame é útil no diagnóstico das infecções por Mycobacterium leprae, constituindo ferramenta indispensável no diagnóstico da hanseníase, uma vez que o Mycobacterium leprae não cresce em meios de cultura, assim, o bacilo só pode ser demonstrado por meio desta coloração, realizada na linfa coletada de lesões de pele do lóbulo auricular e cotovelos. A vantagem do método é a rapidez de execução e alto valor preditivo positivo.
Conclusão
Após a conclusão do meu estágio realizado no Lacen, onde atingir os objetivos propostos, posso afirmar que contribuiu ricamente para a minha formação e conhecimento me fazendo enxergar de uma nova maneira essa área tão importante. Me possibilitou passar por todos os setores existentes em um laboratório me proporcionando conhecimentos amplos e desenvolvendo competências no âmbito laboratorial.
Permitiu uma visão mais abrangente da profissão farmacêutica vivenciando a rotina em um laboratório de análises clínicas, e o papel do farmacêutico tornou mais palpável, permitiu me interligar conhecimentos teóricos adquiridos no decorrer do curso de farmácia mais a prática durante todo o  estágio.
Pude acompanhar todo o funcionamento do laboratório desde a coleta, percebendo a importância que cada setor tem, todo o processo rigoroso analítico e cuidadoso e a repercussão do controle de qualidade para um correto e bom funcionamento.
Diante disso, posso concluir que esse estágio foi um diferencial durante a minha trajetória acadêmica pois durante todo o estágio pude aprender e colocar em prática todo o conhecimento adquirido no local sob orientações e supervisão de profissionais capacitados.
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