No meio de 2020 passava por um colapso nervoso. Decidi sair do pequeno apartamento de 40m² no interior paulista que dividia com meu pai para passar algumas semanas da quarentena com minha avó - em sua casa no sul de Minas Gerais.
Fazer parte da rotina dela, ver de perto como a vida da minha avó estava diferente agora que eu estava na universidade e ela não era mais uma figura presente na minha rotina.
Foi muito reconfortante sair de um lugar em que nada cresce - era muito difícil algo florescer no apartamento - para um quintal repleto de plantas em sua melhor forma.
No meio de toda essa vida, o que prendeu minha atenção foi o ritual diário de Dona Neusa: a secagem da matéria orgânica. No quintal, todos os dias à tarde, ela colocava a rede com os restos mortos da nossa alimentação sob o forte sol. Secos, esses detritos eram triturados e voltavam para a terra.
Alguns dias a peneira azul parecia que tinha cada coisa em seu lugar próprio, em outros havia um evidente descaso (seria cansaço?), mas sempre uma beleza na situação fosse qual fosse. 
Decidi registrar o diário da mãe da minha mãe.

O projeto completo pode ser visto no link anexado do Flickr.
IMG_20200630_133538_847 (2020)
substrato (2020)
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